sábado, 27 de outubro de 2007

Primeiro Comando das Igrejas

Já diria meu amigo Lula: "nunca na história deste país", a polícia teve que correr atrás de tantos religiosos! Se no ano passado a pedra no sapato da polícia paulista foi o Primeiro Comando da Capital, neste ano foi o Primeiro Comando das Igrejas.

Logo no começo do ano, os líderes da igreja Renascer, Estevam e Sônia Hernandes, foram acusados pelo Ministério Público de São Paulo de cometer os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. Essas acusações já haviam rendido um pedido de prisão preventiva, o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário . Após conseguirem uma liminar revogando o pedido de prisão, foram para a terra do Tio Sam, e lá foram presos por declarar falsamente que não carregavam mais de US$ 10 mil quando portavam US$ 56 mil.

Mêses depois um novo escândalo vem a tona. O famoso Pe. Júlio Lancetti, reconhecido por suas lutas sociais em defesa nos menores de rua e portadores do vírus HIV, foi acusado de crime de corrupção de menor dentro da Casa Vida, ong de sua propriedade. Isto, logo após o próprio padre se dirigir a polícia e ter denunciado que estava sendo vítima de crime de extorsão por parte de menores ex-internos da FEBEM. Hoje, a polícia prendeu mais três suspeitos de praticar o crime.
Ambos os casos são extremamente delicados, pois mexem com a fé de multidões. Mas é notável a diferenciação no tratamento das duas notícias por parte da imprensa. O caso dos bispos da Renanscer foi mais explorado, opinado e acusador, já o caso do padre paulista, vem sendo noticiado com maior cautela. Não defendo nenhuma das partes, logo porque não posso afirmar até que ponto estas notícias são verdadeiras quando passadas por diferentes interesses em uma imprensa dividida entre católicos e evangélicos, mas tanto os jornalistas, a polícia, e o Ministério Público precisam buscar ao máximo a imparcialidade e a responsabilidade destes fatos.

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo contigo.

Achei curioso, no começo da cobertura do caso, quando ainda não tinham surgido as denúncias oficias de pedofilia, não encontrar nenhuma matéria que relatasse, citasse, mencionasse, enfim, fizesse alguma mensão a enxurrada de escândalos envolvendo a Igreja Católica com a chaga da pedofilia.

Não se trataria de acusação sem provas, não é nada disso. Mas o leitor, qualquer leitor, por mais católico que seja, se lembrou desses casos, e ficou com uma pulguinha que seja, mesmo que em estado larval, atormentando a orelha.

Entendo que essa passada de pano se dê também por todo o trabalho social que o pe. julio faz, entendo que seja esse o principal motivo da cautela! Mas tanta cautela assim beira o ridiculo.

abraço, max!