sábado, 20 de outubro de 2007

Pernas, pra que te quero?


Bons tempos aqueles né?
A gente colocava uma carta no correio e depois ficava na expectativa da resposta, alguns dias depois tava lá o homem de bege batendo a nossa porta com uma carta na mão e nosso cachorro tentando devorá-lo vivo. Sai Rex, vai deitar!!!




Correr de cachorro passou a ser algo insignificante na atual conjuntura. Hoje os profissionais da E.C.T. pouco se preocupam com cachorros, salvo raras exceções onde o animal em questão venha encarnado na pele de um Pitbull, mesmo porque pra mim, Pitbull não é cachorro, aquilo é o demônio meu amigo!! Com mil quilos de mordedura. Uiiii!

Tem outro detalhe! Cachorro dá até pra identificar antecipadamente e sair correndo, afinal todos latem, tem quatro patas, o rabo fica numa ponta e o focinho na outra, orelhas em pé, principalmente quando vão atacar, tradicionalmente são muito bravos do portão pra dentro, área onde o carteiro obrigatoriamente invade só com uma das mãos pra depositar a dita cuja.
Mas os tempos mudaram, o uniforme também e o carteiro que antes só carregava cartas, passou a carregar cartões de credito, talão de cheques, toca cd, mp3, mp4, fone de ouvido, ipod, palm, lap top, aparelho celular, máquina fotográfica ou tudo isso em um aparelho só que eu sei lá o nome, entre outros artefatos da tecnologia que tanto nos fazem falta e auxiliam no desempenho de nossas básicas funções no dia-a-dia.

Passando de carteiro para estafeta de internet, uma mina de ouro ambulante para meliantes que já se especializaram em atacar esse tipo de profissional, tem até carteiro que foi seqüestrado. Diante deste quadro, os correios tiveram que tomar uma atitude radical, contratar uma empresa de segurança pra escoltar o carteiro, pois o índice de roubos a mão armada vem aumentando substancialmente.

Por outro lado extraviam-se inúmeras correspondências e o prejuízo vai além do material, pois entre artefatos tecnológicos estão também documentos e o nome de inúmeros cidadãos que esperam suas correspondências tranquilamente em suas residências sem saber que seus dados estão caindo nas mãos de indivíduos cheios de más intenções. Já se sabe que de cada quatro assaltos um acontece na periferia de São Paulo, porém o trabalho de escolta já reduziu em 30% o número de ocorrências.

Assaltos já se tornaram rotina, é tanto assalto em São Paulo que as pessoas que ainda não foram assaltadas se sentem constrangidas e desatualizadas ao assumir tal posição. Eu mesmo tenho um amigo que nunca foi assaltado e quando é perguntado a respeito afirma que já sofreu assalto pelo menos umas três vezes só pra não se sentir démodé, um verdadeiro cafona na concepção da palavra.

Enfim vou ficando por aqui, pois tenho que colocar uma cartinha no correio, tchau!!!

2 comentários:

Patrícia Schiaveto disse...

Doni,
É legal ver você contando essas "histórias"...rs
Realmente, não imagino, hoje, um carteiro saindo correndo de cachorros - só de gente mesmo! Infelizmente...

Parabéns pelo post, adorei!
Bjus!

Elaine Ortiz disse...

Doni, mto bom seus textos. Jornalismo literario da melhor qualidade, PARABENS!
Bjs!!!