domingo, 30 de setembro de 2007

Vai haver cobrança?


Após a discussão da semana passada, acerca do cenário político do Senado, os leitores puderam ter idéia do alienamento comportamental da sociedade em relação ao caos político do país, e ainda, tiveram a oportunidade de discuti-lo. Todavia, não faltarão oportunidades para manifestações e reivindicações pró-mudanças em relação às todas as atitudes e tomadas de decisões do governo.


Nesse sentido, enquanto os ares de Brasília se tornam mais tênues, o governo de São Paulo discute novas propostas para o estado. Segundo a proposta de orçamento enviada sexta-feira por José Serra ao Legislativo paulista áreas de transporte e saneamento básico serão cotadas para receber mais da metade do investimento previsto pelo governador.


O investimento nos setores gira em torno dos 6,3 bilhões dos 11,6 bilhões destinados aos investimentos. Todavia, é relevante ressaltar que para entrar em vigor, o orçamento para o ano que vem, deve passar pelo crivo da Assembléia Legislativa, e ainda, deve ser aprovado por 48 parlamentares, no dia 31 de dezembro.


O governo define que as medidas serão destinadas às áreas sensíveis da população, como o transporte público e o saneamento básico. Na primeira, as mudanças serão: recuperação de estradas, ampliação da rede de metrô, e a compra de novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Já na segunda área, a preocupação, comum à do presidente Luís Inácio Lula da Silva é a de aplicar verba em abastecimento de água e ampliação de rede de coleta e tratamento de esgoto.


O leitor deve estar curioso para saber de onde virão os recursos que o tucano usará para as possíveis modificações: parte deles virá de empréstimos que Serra efetuou com o Banco Mundial, o Bird, o BID e o BNDS. Porém todos os empréstimos necessitam ainda receber aprovação do Ministério da Fazenda a e do Senado.


Chegamos ao ponto, o Senado. Insisto em recordar ao leitor que são medidas definidoras de melhores condições sociais que, também, o Senado se responsabiliza, como instituição pública. Desse modo, ainda que necessite de aprovação as mudanças vislumbradas pelo governo de São Paulo não devem ser, no jargão político, “engavetadas”. Ao lembrar que se tratam de pontos sensíveis para a população José Serra reafirma seu compromisso com suas intenções de mudanças. Transporte público e saneamento básico carecem de urgência dentro da política brasileira e os responsáveis pela cobrança governamental são exatamente, os protagonistas da situação que coloca, em um único recipiente, usuários de transportes públicos, e cidadão com o direito de dispor de um sistema de saneamento básico satisfatório. A dúvida é: serão feitas as cobranças?

Abraços e até a próxima semana.

sábado, 29 de setembro de 2007

Celebridades do mal

Eles são manchetes nos principais jornais do país, dão entrevista, aumentam a audiência das emissoras de tv e chegam a servir de referência para alguns adolescentes. Não estamos falando de nenhum ator global, nem tão pouco de algum cantor da música pop. A classe que nos referimos chama-se bandidos.

Quando uma sociedade começa a ter esta inversão de valores e referências, isto torna-se preocupante. Quando homens e mulheres de bem necessitam ficar presos em suas casas para os bandidos ficarem nas ruas, é sinal que o caos chegou no seu ápice. Logo, já chegamos lá há muito tempo...

Três casos ocorridos nesta semana, nos ilustram bem este raciocínio. Ademir Oliveira do Rosário, suspeito de matar os irmãos na serra da Cantareira, já sabia deste novo modo de se virar celebridade instantânea, sem precisar pousar nu, ou participar do Big Brother. Segundo seus familiares ele avisou: “Vou fazer um crime tão terrível que toda a imprensa vai falar”. Falou e acertou. Adenir é notícia em toda mídia (inclusive neste blog) e tornou-se uma das pessoas mais comentadas pela opinião pública, tamanha brutalidade de que é acusado.

Sua história em particular revela uma série de deficiências na política de segurança pública e nos poderes judiciário e legislativo. Ele cumpria pena em uma unidade prisional de tratamento psiquiátrico que prevê saídas nos finais de semana. A concessão deste benefício por parte da justiça, já é questionada pela polícia, mas vale lembrar que a instituição responsável pela elaboração das leis, chama-se Congresso Nacional, porém seus membros estão mais preocupados em saber quais cargos conseguirão sugar no governo Lula .


O “relaxamento” da pena de Ademir foi o bastante para o suspeito realizar o crime. Resultado: duas crianças mortas, uma família de luto, um bandido preso (novamente) e uma extensa pauta de matérias para os jornalistas.

O segundo caso já perdura há muito tempo, mas voltou a ter repercussão também no último final de semana. Os bandidos do Rio já arrumaram um jeito de driblar os bloqueadores de celulares que nos custaram alguns milhões. Agora eles se comunicam através do rádio, em uma frequência incapaz de ser detectada e desfeita. Isto significa que a população ao redor dos presídios de Bangu, continuarão sem se comunicar via celular, mas os bandidos... Resultado: bandidos continuam com o tráfico, ordenam assassinatos, fazem exigências, e a sociedade continuará escutando suas conversas no Jornal Nacional.

Bem, mas para concluir bem essa semana, vamos terminar com uma cerimônia de casamento. Luiz Fernando da Costa, cujo nome artístico é Fernandinho Beira-Mar, casou-se na sexta-feira com Jaqueline Alcântara Moraes. A cerimônia do famoso teve direito a quase tudo: bolo, salgadinhos, refrigerante, e obviamente uma visita íntima, que podemos chamar de lua-de-mel. A única coisa que não aconteceu foi a presença do fotógrafo da Contigo, para publicar todos os flagras na próxima edição da revista. Resultado: Um novo casal na sociedade brasileira, convidados de barriga cheia, e mais um montante de dinheiro público gasto para fazer a segurança no local da festa. Mas isto não importa não é mesmo? O bom é que eles e todas as demais celebridades sejam felizes para sempre. Agora nós...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Santa audiência! Será?


A estréia da Record News ocorrida às 20h00 do último 27 de setembro reacende o debate entre monopólio, liberdade de imprensa e democratização da informação.
Para o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, a Rede Globo detem o monopólio da informação e a Record News surge a fim de acabar com ele “para dar as pessoas o direito de se informarem por um outro canal de notícias e formarem opinião por si mesmas”.

O que muito se discute é até que ponto um canal jornalístico encabeçado por uma organização religiosa forte que, inclusive, em 2002 elegeu uma bancada de 22 deputados federais, é capaz de produzir um jornalismo isento e objetivo, livre de juízos particulares e anti-panfletário. Ainda é cedo para falar, a resposta virá pela observação dos conteúdos exibidos pela novidade. Particularmente acredito que não, e não é por culpa da Record já que o processo do fazer jornalístico é repleto de escolhas e as escolhas nunca são neutras. Que matéria publicar, que palavra utilizar, qual vai ser o destaque, enfim, escolhas humanas autorizadas ou não por outros humanos que respondem aos quereres de uma empresa privada que, por sua vez, almeja o lucro. Esse é o processo e por isso que sim a Record está “a caminho da liderança” e já saiu na frente.

O investimento de US$ 7 milhões destinado ao projeto do novo canal responde a tentativa da democratização da informação já que o jornal impresso e a internet ainda são acessíveis preponderantemente as elites. Mesmo assim experimentar um modelo de jornalismo ousado e sem tradição no país é complicado. Por ser tratar de um canal aberto o modelo All News proposto pela rede pode ser uma tanto arriscado diante de uma população que prima mais por saber quem matou Thais a desvendar quem são os seis omissos do senado.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Algumas palavras sobre Educação e Segregação


Pouco mais de uma semana após o jornal The New York Times publicar um artigo a respeito do remanejamento de alunos negros para escolas de baixa qualidade em Tuscaloosa, Alabama, o pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, John Edwards, anunciou como proposta uma inspeção ao sistema educacional americano e criticou duramente a chamada lei “No Child Left Behind.” Segundo ele, a lei não estaria trabalhando e crianças pobres ainda estariam sendo enviadas para escolas ruins.

Em Tuscaloosa, o problema virou pauta quando pais brancos reclamaram da superlotação das escolas e centenas de alunos tiveram a transferência realizada. Autoridades educacionais da região apenas dizem que a medida não se tratou de uma questão racial, mas “de utilizar os prédios [escolares] da melhor maneira possível.”

Acontece, entretanto, que a decisão é contrária à lei “No Child Left Behind.” Aprovada em 8 de janeiro de 2002, a lei defende, entre outros aspectos, uma maior flexibilidade para os pais escolherem onde seus filhos estudarão. Ela foi enviada à House of Representative (uma das duas câmaras do Congresso dos Estados Unidos; a outra é o Senado) pelo presidente Bush e teve como um dos assinantes o então senador John Edwards.


A segregação racial nos Estados Unidos não é novidade. Principalmente no Alabama. Em 1963, o Governador George Wallace tentou impedir dois afro-americanos, Vivian Malone e James Hood, a matricularem-se na Universidade do Alabama e só cedeu por intervenção de John Kennedy, presidente na época. Wallace morreu em setembro de 1998, mas reconheceu muito antes, em 1974, que a segregação havia sido um erro. Atualmente, aproximadamente 75% do sistema escolar do Alabama é negro.

Embora diga não saber como George Bush pretendia conduzir a lei quando a aprensentou, Edwards sabe que "No Child Left Behind" ainda é uma das grandes esperanças que diversos grupos sociais, não somente negros, têm para defenderem seu direito a educação de qualidade.


Para maiores informações, as duas reportagens que deram origem a este post estão disponíveis no site do New York Times e podem ser acessadas pelos seguintes links:

http://www.nytimes.com/2007/09/17/education/17schools.html?ref=us

http://www.nytimes.com/2007/09/22/us/politics/22edwards.html?_r=1&ref=education

Sobre a segregação, visite o site:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Segregação

http://en.wikipedia.org/wiki/Racial_segregation

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O grande desenvolvimento brasileiro e global

Caros leitores, como vão? Espero que bem, pois segundo as pesquisas estamos conseguindo erradicar totalmente a pobreza. A Finlândia que se cuide pois o trono de menos corrupto já tem dono no futuro. Apenas não se sabe quando.

De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas realizada entre 1993 e 2006, a taxa da população brasileira que saiu da linha pobreza saiu de saiu de 35 e foi para 19% do total. Uma redução de 45% em 13 anos. Nada mal, não? No entanto, alguns números podem nos enganar um pouco.

Segundo outro estudo da FGV, 51,5% dos domicílios brasileiros não possuem acesso à serviço de coleta e tratamento de esgoto. Nos últimos 14 anos, o avanço nessa questão foi praticamente irrisório: 1,59% em 14 anos. Fazendo aquelas previsões que os economistas adoram, em 2063 o Brasil ainda teria 25% das residências sem esses serviços básicos de esgoto, coisa que só a África orgulha-se de não ter.

O governo Lula (que passou alguns dias nos países nórdicos (será que lá tem esgoto para todos? Suspeito que sim) fazendo algumas de suas viagens pelo biocombustivel) admitiu o problema e prometeu investir R$ 10 bilhões até o ano de 2010 neste setor tão degradado.

A promessa é boa, mas tratando-se da república das bananas, tudo parece ser mais complicado.

Vivemos na época contemporânea uma situação extremamente paradoxal: conseguimos enxergar pessoas que antes não conseguiam ter absolutamente nada na vida. Hoje, no entanto, desfilam com seus mp3 players pelas ruas. Agora, quando chegam em casa, são obrigados a jogar tudo o que produzem de ruim em algum rio ou coisa do gênero. Isso que é a globalização: “escute sua música favorita a hora que quiser, no entanto, ao produzir algo de ruim, despeje no meio ambiente, ele já está desacreditado mesmo”. Posso estar delirando por completo, mas, mesmo não vivendo naquela época eu digo: que saudades da Guerra Fria.

Uma superpotência dominando o mundo nunca foi e nunca será bom. Infelizmente fomos catequizados pelos irmãos lusos e colonizados pelos EUA. Nunca oferecemos resistência. Nossa grande guerra foi a Guerra do Paraguai (1864-1870). Jamais tivemos vontade de entrar em um conflito. Caso diferente dos EUA e Rússia (que hoje começa a se reerguer), por exemplo. Mas tudo ficará bem. Renan foi absolvido, Lula abre as comportas da Itaipu liberando dinheiro para sua base “aliado” no Congresso, e tudo voltará ao normal no Brasil, sem pobres sem esgoto e com mp3 players. Que belo futuro, não?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Arctic Monkeys é uma das atrações mais esperadas do TIM Festival



A banda britânica Artic Monkeys irá se apresentar dia 28 de outubro em São Paulo e 31 de outubro em Curitiba no TIM Festival.
A banda é formada por Alex Turner, vocalista, guitarrista e compositor; Matt Helders, baterista; Nick O'Malley, baixista e Jamie Cook, guitarrista. Todos tem em média 20 anos de idade.
Mesmo tendo lançado só dois discos até agora, a banda já faz sucesso no mundo todo. Ganharam prêmios como o Mercury Prize e três Brits Awards.
O vocalista Alex Turner , de apenas 21 anos, parece ser tímido e espantado com toda a badalação que o cerca.
Hoje em dia muitas pessoas se espantam ao ver pessoas tão jovens quanto Alex e já fazendo tanto sucesso. Mas ele mesmo ainda não se acostumou a ver tumulto aonde vai.
"Não imaginávamos que tocaríamos para mais gente do que para nosos amigos, em um pub, quando começamos" disse Alex Turner em uma entrevista cedida ao jornal Estado de São Paulo por telefone.
A banda foi chamada para participar do Live Earth, mas recusou. Não por falta de compromisso com a causa, mas por não quererem parecer arrogantes, como se chamassem para si a rsponsabilidade de mudar o mundo.
"A fama é boa por dar a oportunidade de ir a lugares onde a gente nem imaginava que iria", diz o baterista da banda em entrevista à MTV. "Não sei quanto dinheiro ganhamos. Apenas nos divertimos tocando, não temos preocupação com dinheiro e coisas desse tipo".
Para os fâs da banda e para quem quer se divertir (junto com eles), curtindo um som novo e muito legal, o show irá se realizar em São Paulo no Anhembi e em Curitiba no espaço cultural Pedreira Paulo Leminski.
Mais informações sobre os shows: http://www.timfestival.com.br/

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sem parceria, sem técnico e sem time






Caros amigos, é com enorme satisfação que novamente escrevo aqui no Enfoca sobre esportes. E hoje vamos falar do Corinthians.

Ontem, no Morumbi, mais uma vez se encontraram os rivais históricos: Palmeiras e Corinthians. Porém, em situações bem diferentes na tabela. O alvi-verde lutando por uma vaga na Libertadores e o alvi-negro para ter noites mais tranqüilas longe da temível zona do rebaixamento.

E pela terceira vez nesse ano, o Timão ficou a ver navios e foi derrotado por 1 a 0, gol do zagueiro Nen, aos 14 minutos do segundo tempo. E uma marca histórica foi estabelecida após o clássico: pela primeira vez desde 1932, o time de Parque São Jorge passa uma temporada toda sem fazer gols no Verdão.

Sem parceria, sem técnico e, principalmente, sem time. Esse último é o principal problema enfrentado pelo Corinthians no Campeonato Brasileiro. O torcedor olha para o gramado e vê jogadores medríocres, no nível do América-RN (me perdoem os torcedores do América). Falta qualidade, não há uma liderança. Jovens promessas, como Lulinha que jogou bem pelas seleções de base do Brasil, não conseguem desenvolver um bom futebol. 25 jogadores foram contratados desde o começo do ano, mais aqueles que voltaram de empréstimo e não resolveram nada. Estão conseguindo afundar ainda mais o barco corinthiano.

Uma coisa o torcedor do Corinthians não pode reclamar: os jogadores estão atuando com raça. Mas infelizmente só raça não basta; a qualidade é fundamental. E o técnico Zé Augusto não pode ser responsabilizado pois foi colocado aí por falta de dinheiro para contratar um técnico melhor. Ele serviu apenas como um tampão.

As últimas notícias dizem que Nelsinho Batista, recém demitido da Ponte Preta, pode assumir o comando do Timão.

Em compensação, a torcida do Palmeiras é só alegria. Ver o rival na zona da degola e o Verdão na zona da Libertadores, como diz um slogan de um cartão de crédito, "não tem preço".

Mas o que vocês lerão agora é uma BOMBA. No momento em que escrevia aqui no blog, entrei no UOL e li a seguinte manchete: "Dualib diz que título do Corinthians em 2005 foi ROUBADO".
Isso mesmo!!! Segundo a reportágem, Dualib em uma conversa com Renato Duprat, intermediário entre o clube e a MSI, diz que o ponto conquistado contra o Inter, no Pacaembu, foi decisivo para a definição do campeão.

Palavras do dirigente: "Nos últimos cinco jogos, nós tínhamos 14 pontos na frente e chegamos, entendeu, um ponto só. Roubado". E completa: "Se não tivesse a anulação de 11 jogos, nós estávamos fora. Porque campeão de fato e de direito seria o Internacional".

Até que se prove o contrário, o Corinthians será campeão brasileiro de 2005. É bem verdade que estará um asterisco(*) na frente do nome do time.

Para alegria dos palmeirenses, deixo o gol de Nen que deu a vítoria sobre o Corinthians.



Até a próxima semana!!!

domingo, 23 de setembro de 2007

A máquina apodrecida

Prezados leitores, hoje, dia 23 de setembro iniciam-se nossas reflexões e debates acerca dos principais fatos que emergem no cenário político contemporâneo. A fim de proporcionar uma nova relação político-social se desenvolverão os comentários e análises desta editoria. E ainda, com uma busca constante por promover um jornalismo político que não, simplesmente, repita notícias-lugares comuns do país, objetiva-se atingir a integração entre sujeitos e objetos sociais.

Todavia, os últimos acontecimentos da política nacional não nos deixam condições razoáveis para um debate contido, isto é, desde o acalorado 12 de setembro o país compartilha um tipo diferente de inquietação em relação àquela que toma conta dos ares do Congresso nas últimas semanas.

Intolerância e indignação. Essas são as características presentes no discurso da população diante da absolvição do senador Renan Calheiros, durante a cobertura midiática dos dias posteriores ao fato. Todos os telejornais, em pesquisas de opinião, saíram às ruas e indagaram aos cidadãos sobre a absolvição. O resultado foi unânime: todos os entrevistados construíram suas falas por umas das palavras citadas acima. Por outro lado, nenhum dos órgãos da impressa teve quaisquer registros de movimentações públicas ou protestos de nenhum segmento social. Talvez a intolerância e a indignação das palavras não tenham se mostrado capazes de transformá-las em ações.

Como afirma Lya Luft na coluna da Veja desta semana - Ponto de Vista, “Hoje, parece que ninguém mais liga para insultos, leves ou pesados – nada pega, tudo é água em pena de pato, escorre-se e acabou-se. Um povo teflon”.
Tendo em vista a ausência de manifestações sociais, seria mais conveniente uma análise comportamental, a fim de compreender a dissonância de atos e aspirações que a população brasileira vivencia.

São argumentos convincentes nos permitem caracterizar o Estado como “máquina apodrecida”. Não apenas por fatos isolados, mas antes de qualquer outro, a resposta social brasileira – que não se esforçou em superar a superficialidade em suas críticas ao ocorrido no Senado. Assim, dá-se abertura a outras e outras atitudes, que gradativamente, continuarão a quebrar e apodrecer a máquina.

Espero que o comentário de hoje provoque algum tipo de reflexão que instigue ações e ainda, que tenha fornecido um olhar diferenciado acerca da chamada ética do Estado em parceria com a, quase esquecida, ética social.

Abraços e boa semana a todos.


sábado, 22 de setembro de 2007

Sistema Brasileiro da Trapaça

Carros, motos, computadores, casas, e até um milhão de reais em barras de ouro (que valem mais do que dinheiro!).Se perguntássemos nas ruas, qual emissora de televisão oferece estes prêmios obviamente todos diriam que era o SBT.
A pouco tempo, seu dono, o empresário Silvio Santos, adotou um slong para definir esta característica: “O SBT não é loteria mais já deu milhões de reais”.

Mas a fama de tv-loteria pode se tornar prejudicial ao próprio SBT e ao seus telespectadores. Crescem a cada dia o número de golpes e fraudes envolvendo o nome da emissora. Criminosos entram em c
ontato com as pessoas solicitando dados para distribuir “ prêmios oferecidos pelo SBT”.

A equipe do Enfoca apurou um dos golpes, que usam o sms (mensagem via celular) para clonar telefone. Uma das mensagem apuradas por nossa equipe dizia”: “Sbt inf: seu aparelho móvel foi contemplado com um Gol City mod 2007 valor R$23.890,00 maiores inf ligue grátis do seu fixo para 015859162xxxx”. A mensagem trás uma linguagem tentadora, que pode confundir um inocente, e levá-lo a acreditar no golpe,mas se analisarmos a frase e sua origem o crime se torna evidente: primeiro - a mensagem foi originada também de um celular; segundo - a mensagem obriga o “premiado” a entrar em contato através de um telefone fixo; terceiro - o telefone para receber a possível informação do prêmio, também é um celular; quarto - o celular de onde se originou a ligação é do estado de Minas e o número para contato é do Ceará; quinto - a sede do SBT fica no município de Osasco – São Paulo, e não no Nordeste.

A equipe do Enfoca entrou em contato com o golpista através do telefone fornecido na mensagem, após algumas tentativas ele atendeu se identificando como sendo da “Central de Promoções do SBT”. Nosso repórter se passou como um possível ganhador, e o golpista forneceu um novo número de celular para obter maiores informações, porém até o encerramento desta matéria não fomos atendidos neste número.

Este tipo de clonagem, pode contribuir com a comunicação do crime. É correto ressaltar que em 2006, quando uma rede criminosa espalhou o pânico no estado de São Paulo, os ataques foram arquitetados por líderes de dentro dos presídios, portanto o risco de clonagem de telefones pode ser um perigo não apenas para a vítima direta, mas também para toda sociedade. Medidas urgentes precisam ser tomadas para inibir este tipo de crime que explora a inocência e a carência do povo brasileiro.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Reféns da Tecnologia?

Deixando de lado exageros absurdos, o blockbuster Duro de Matar 4.0, estreado no Brasil em junho de 2007 e ainda em cartaz em alguns cinemas paulistas, coloca em foco uma discussão não muito refletida pela a maior parte da população - a tecnologia criada pelo homem pode se transformar em uma arma, ameaçando a estabilidade em todas as esferas sociais?

Essa ameaça parece cada vez mais eminente. Em setembro de 2007, a suspeita de espionagem via computadores por hackers chineses em países como a França, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha teve grande repercurssão na mídia impulsionando diversos debates entre os departamento de Segurança dessas potências.

Nessas circunstancias, a confusão retratada pelo filme do diretor Len Wiseman parece mais possível do que simplesmente fruto de mentes criativas.



O debate segue.

A invasão de um hacker no site do SBT na segunda-feira passada, 17/09, é um exemplo da passividade dos sistemas internos de segurança e revela a dificuldade que as empresas têm em conseguir profissionais qualificados para atuarem nessa área.

Saiba mais no livro Segurança Nacional
(Rufino, Nelson Murilo. Editora Novatec, 2001).

“No mundo atual as redes de computadores fazem parte de nosso dia-a-dia. Fazemos operações bancárias, compras, enviamos e recebemos e-mails pela Internet. Sistemas de defesa militares estão fortemente baseados em redes. Os meios de comunicação utilizam cada vez mais transmissões por satélite. O funcionamento correto e ininterrupto dessas redes é vital para pessoas, empresas, governos e países. Todos os dias surgem novos vírus, que trazem um prejuízo de milhões de dólares para empresas. Notícias sobre ataques de hackers, sabotagens eletrônicas e espionagem industrial são freqüentes. Nesse ambiente complexo a segurança é fundamental e, com certeza, é uma questão de Segurança Nacional”.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Zero à esquerda

O que dizer a respeito da evidente “escolha de lados” que alguns jornais norte-americanos adotam em seus editoriais? Uma vez que não use de calúnias, injúrias ou falso testemunho, acho que é a atitude mais correta.

Nesta semana o jornal Daily News mandou para o inferno o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O motivo? Ele pretendia visitar o atualmente chamado “Marco Zero”, onde estavam localizadas o World Trade Center, durante a 62º Assembléia Geral das Nações Unidas, mas o pedido foi negado na quarta-feira (19/09) pela Polícia de Nova York.

A manchete, na íntegra – e traduzida: “Se você pensa que pode colocar o pé perto do Marco Zero, pode...IR PARA O INFERNO!”.

O Daily News é um jornal popular. Assim como o já extinto impresso brasileiro Notícias Populares, seu foco pode não ser, especificamente, dar voz à população. Mas é ao povo que quer se comunicar e vender. E os responsáveis pelo jornal sabem que muitos americanos ainda guardam o “Marco Zero” como um local sagrado.

Também, para fortalecer o discurso do Daily, o pedido de Mahmoud foi criticado pelos pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos, a senadora democrata Hillary Clinton, e seu concorrente, o republicano e ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Bom senso x ortodoxia

Caros leitores, é com muito prazer que inicio minha jornada no blog enfoca falando de economia às quartas feiras.
Meus conhecimentos no assunto, que não são muitos, vem principalmente de muitas leituras de cadernos sobre e tema na tentativa, muitas vezes em vão, de entender o tão temido “economês”. Espero poder ajudá-los em alguma coisa.
No mês, até agora, os fatos mais importantes do mundo da economia foram a divulgação da ata do COPOM (Comitê de Política Monetária) e da reunião do FED (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) a qual definiu os juros americanos.



Começando pelo caso tupiniquim, notou-se a tamanha ortodoxia dos membros da reunião que são responsáveis pela política econômica brasileira. Com uma queda de 0,25%, os juros foram para 11,25% ao ano, longe ainda de ser uma taxa ideal. Também percebeu-se que desde setembro de 2005, a taxa caiu 8,5 pontos percentuais. No entanto, parece que a maré de boa vontade de Henrique Meirelles e companhia parece ter chegado ao fim. Na última ata da reunião do COPOM, ficou registrado que todos os membros do organismo concordaram na tímida redução e que no próximo encontro ( 16 e 17 de outubro) é provável que o ciclo de cortes tenha acabado. A razão para isso é o medo que a “grande” economia brasileira cresça e cause uma inflação nos moldes do governo Sarney (1985-1988). Alguns economistas acham que a precaução é válida e outros dizem que é um medo excessivo. Na opinião do colunista, o Brasil, pelo menos há uns 12 anos, não entra em um ciclo sustentável de crescimento econômico. Muita ortodoxia para nós, índios da América Latina.


Para a maior potência do planeta ( não meus amigos, não é Bolívia nem o Haiti) os EUA, o presidente do FED, Ben Bernanke, reduziu a taxa de juros de 5,25 para 4,75%. Foi a primeira redução desde junho de 2003 ( quando foi cortada em 1%) e a primeira da era Bernanke.
O mercado estava temeroso com esta reunião devido a crise que causou um “soluço” no mercado de ações, principalmente o de crédito suprime ( neste caso, empréstimos imobiliários para pessoas com históricos de mau pagadores).
Com o relativo sucesso da economia mundial nos últimos anos, houve um excesso de confiança na durabilidade desta onda favorável. Com o tempo, ficou claro que é preciso ter muito cuidado para não cairmos novamente em “bolhas” de especulação.

A decisão de Bernanke foi acertada, a meu ver, pois com isso, pode-se esperar um dinamismo maior tanto na economia do Tio Sam como na do mundo.

É interessante explicar para o leitor que os EUA são considerados o investimento mais seguro do mundo. Quando eles aumentam os juros, seus papéis ficam mais valorizados que os demais e isso acaba atraindo mais dinheiro para o mercado local. No caso inverso, o apetite dos investidores volta para o mercado mais turbulento ( Brasil, Turquia, etc) que não tem as estruturas sólidas americanas, porém, oferecem um retorno de lucro maior, o motor da economia moderna. Uma pena.

Vou ficando por aqui.
Abraços e até a próxima semana.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Qualidade do ar em São Paulo é preocupante


Todos nós pudemos perceber nas últimas semanas que a qualidade do ar está muito ruim.
Motivo: São Paulo é a 6ª metrópole em poluição do ar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).


Segundo uma série de matérias veiculadas domingo (16 de setembro) no jornal O Estado de São Paulo, 193 cidades foram monitoradas, e as que estão em situação mais preocupante são Cidade do México (México), Pequim (China), Cairo (Egito), Jacarta (Indonésia), Los Angeles (Estados Unidos) e São Paulo.


De todas, Pequim é a pior, pois é a única metrópole que a concentração de poluentes ainda está aumentando cada vez mais, e de forma assustadora, devido ao grande número de indústrias.
A questão é que a poluição de São Paulo, ao contrário do que se poderia imaginar, não provém de indústrias, mas sim dos carros que circulam pela cidade.


Todos os dias são 870 carros e motos novos nas ruas de São Paulo. Essa má qualidade do ar, provocada pela junção da baixa umidade do ar e dos poluentes emitidos pelos veículos, causou um aumento de 20% na procura por prontos socorros para resolver problemas respiratórios como crises de asma, e 10% para internações.


As crianças também sofreram com tais condições. Foram proibidas de fazer atividade ao ar livre nas escolas, podendo ficar apenas em lugares cobertos.


Aparentemente o problema da poluição do ar em São Paulo é muito mais fácil de resolver que em outros lugares. Mas para isso acontecer, é preciso uma conscientização por parte da população.
Na França, o governo instalou bicicletários em vários pontos das cidades. As pessoas adquirem um cartão que lhes dá o direito de retirar uma bicicleta para chegar ao seu destino, e estas não precisam ser levadas de volta ao bicicletários de origem podem ser deixadas em um outro qualquer.


Uma medida realmente invejável, mas que, a princípio não daria certo no Brasil, especialmente em são Paulo, onde as pessoas primam por rapidez e conforto. Porém, se o problema são os carros, não basta só que as indústrias se tomem medidas para diminuir a poluição, os cidadãos têm que tomar consciência de que são responsáveis, não só pelo exagero no uso de energia elétrica ou no desperdício de água, mas também na questão do ar.


Um estudo do Instituto de Climatologia da USP mostra que, até 2020, se nada for feito, se não investirmos em mudanças de comportamento, São Paulo vai virar uma Vila Parisi, área industrial de Cubatão conhecida como Vila da Morte.


A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente já está com um projeto que entrará em vigor no mês de maio de 2008. Seguindo a lei de inspeção veicular, que há mais de dez anos está esquecida, serão feitos testes nos veículos para saber o grau de poluição que este emite. Se não estiver nos padrões o veículo poderá ser multado.


Essa é uma boa iniciativa, mas para conseguir reverter a situação em que nos encontramos é preciso muito mais medidas como essa, e a total colaboração da população.
Uma opção para ajudar a fazer com que as pessoas cooperem é realizar campanhas incisivas que mostrem o problema que enfrentamos hoje, o quão ele pode piorar e o que cada um pode fazer para minimizar essa situação.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Futebol Bonito vs. Falta de Respeito


A 26ª rodada foi marcada pelos clássicos regionais. Mas dois deles chamaram mais a atenção justamente por envolverem os dois times na disputa pelo título. Foram São Paulo 2x1 Santos e Atlético-MG 3x4 Cruzeiro.

A partida no Mineirão foi de arrepiar. Daquelas que nos fazem lembrar os jogos na época de Pelé, Rivelino, Tostão onde o número de gols por partida era elevado. O Cruzeiro fez 2 a 0, o Atlético empatou e virou o placar no ínicio do segundo tempo. Logo em seguida a raposa mineira empatou novamente e aos 32 da etapa final, Guilherme fez o gol da virada e que decretou a vitória do Cruzeiro.

Mas o lance que marcou o jogo aconteceu três minutos depois. Kerlon, do Cruzeiro, fez o famoso drible da foca (ele peteca a bola na cabeça e passa pelos adversários sem deixá-la cair; aliás, ele é mais conhecido por esse drible do que pelo futebol jogado) e Coelho, que não queria levar desaforo para casa, aplicou uma "ombrada" no atleta cruzeirense. Veja:



Teria razão o atleticano Coelho de ter tido tal atitude? Evidentemente que não. Aliás, ele pode ser exemplarmente punido pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Mas convenhamos e reflitamos: não é uma falta de irresponsabilidade do Kérlon ao fazer tal drible? Totalmente desnecessário. A melhor forma de respeitar o adversário e o maior rival é indo prá cima e fazendo gols.

Ao fazer isso, ele colocou sua carreira em risco, pois se pega pela frente um jogador mais desmiolado (e é essa a palavra), poderá não ser nada bom. Por isso Kérlon, jogue mais bola e comemore a vitória do Cruzeiro fazendo gols e não isso.



São Paulo: campeão???

É muito cedo para falar isso (ainda faltam 12 rodadas), mas o Tricolor tirou mais um concorrente do caminho: o Santos. Pelo menos, Rodrigo Tabata pode se orgulhar pois entrou para o hall dos jogadores que conseguiram marcar gols em Rogério Ceni neste campeonato. No mais, o São Paulo caminha para o título que só não virá se algo desastroso acontecer. Vale lembrar que na 26ª rodada do campeonato do ano passado, o time de Muricy Ramalho tinha apenas cinco pontos de vantagem para o Grêmio, 2º colocado. Hoje, a diferença é de nove pontos para o Cruzeiro. É esperar e ver. Muito futebol ainda vai rolar.