domingo, 30 de setembro de 2007

Vai haver cobrança?


Após a discussão da semana passada, acerca do cenário político do Senado, os leitores puderam ter idéia do alienamento comportamental da sociedade em relação ao caos político do país, e ainda, tiveram a oportunidade de discuti-lo. Todavia, não faltarão oportunidades para manifestações e reivindicações pró-mudanças em relação às todas as atitudes e tomadas de decisões do governo.


Nesse sentido, enquanto os ares de Brasília se tornam mais tênues, o governo de São Paulo discute novas propostas para o estado. Segundo a proposta de orçamento enviada sexta-feira por José Serra ao Legislativo paulista áreas de transporte e saneamento básico serão cotadas para receber mais da metade do investimento previsto pelo governador.


O investimento nos setores gira em torno dos 6,3 bilhões dos 11,6 bilhões destinados aos investimentos. Todavia, é relevante ressaltar que para entrar em vigor, o orçamento para o ano que vem, deve passar pelo crivo da Assembléia Legislativa, e ainda, deve ser aprovado por 48 parlamentares, no dia 31 de dezembro.


O governo define que as medidas serão destinadas às áreas sensíveis da população, como o transporte público e o saneamento básico. Na primeira, as mudanças serão: recuperação de estradas, ampliação da rede de metrô, e a compra de novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Já na segunda área, a preocupação, comum à do presidente Luís Inácio Lula da Silva é a de aplicar verba em abastecimento de água e ampliação de rede de coleta e tratamento de esgoto.


O leitor deve estar curioso para saber de onde virão os recursos que o tucano usará para as possíveis modificações: parte deles virá de empréstimos que Serra efetuou com o Banco Mundial, o Bird, o BID e o BNDS. Porém todos os empréstimos necessitam ainda receber aprovação do Ministério da Fazenda a e do Senado.


Chegamos ao ponto, o Senado. Insisto em recordar ao leitor que são medidas definidoras de melhores condições sociais que, também, o Senado se responsabiliza, como instituição pública. Desse modo, ainda que necessite de aprovação as mudanças vislumbradas pelo governo de São Paulo não devem ser, no jargão político, “engavetadas”. Ao lembrar que se tratam de pontos sensíveis para a população José Serra reafirma seu compromisso com suas intenções de mudanças. Transporte público e saneamento básico carecem de urgência dentro da política brasileira e os responsáveis pela cobrança governamental são exatamente, os protagonistas da situação que coloca, em um único recipiente, usuários de transportes públicos, e cidadão com o direito de dispor de um sistema de saneamento básico satisfatório. A dúvida é: serão feitas as cobranças?

Abraços e até a próxima semana.

3 comentários:

Anônimo disse...

A dúvida é: serão feitas as cobranças?
Eu acho que não, por dois motivos:
1º que o brasileiro não possui a cultura de cobrar os políticos por suas promessas e;
2º que a população beneficiada que necessita de sanemento básico não é acostumada a reinvidicar seus direitos talvez pelo seu grau de carência ou pelo descaso público das autoridades em relação a si.

Chega a ser "engraçado" o fato de que as reclamações na prefeitura por melhorias na cidade são feitas em sua maioria em bairros nobres ou de classe média, enquanto nos bairros mais carentes onde a situação de infra-estrutura é mais precária, esse indice é bem menor.

Anônimo disse...

Muito bem lembrado pelo amigo edgard em relação às cobranças.
Nao pode-se dizer q é natural que as reclamações venham das camadas mais nobres e por consequencia melhor instruidas, mas devido ao real problema da falta de visibilidade e de "força politica" dessas pessoas, as mudanças nao sao levadas em conta e nao ocorrem.
O real e principal foco do problema sao os politicos que somente em epoca de eleição vao a estes locais e prometem muitas coisas à essa parcela carente da população, porem logo apos serem eleitos com os votos dessas pessoas, a situação que deveria mudar, fica estagnada e sem solução.

Anônimo disse...

Só os usuários DIÁRIOS E dos HORÁRIOS DE PICO da rede metropolitana e/ou da CPTM (no meu caso os dois) sabe o verdadeiro TRANSTORNO que é ir e voltar do trabalho, faculdade ou qualquer que seja o local de destino... ônibus e lotação seriam uma alternativa para os usuários do transporte público, exceto pelo trânsito de quilômetros nas prinicipais vias da cidade e pelo fato de muitas vezes ultrapassarem o seu limite máximo de passageiros...
Quanto a rede de saneamento básico, nós, profissionais e estudantes da área de saúde, vivemos constantemente em contato com a precariedade desse sistema assim como com todas as possíveis doenças que dela resultam.É inacreditável a situação de determinadas regiões do estado.Outros profissionais também encontram-se frequentemente diante dessa situação. Acredito que daí surjam as cobranças da s classe mais privilegiadas.
Se por falta de conhecimento as pessoas diretamente afetadas pela falta de infra-estrutura nessas duas áreas não são capazes de realizar cobranças, que as "mentes esclarecidas" se mobilizem para realizar melhorias! Infelizmente esse tipo de atitude não faz parte da nossa cultura (como já foi salientado), daí o papel tão fundamental de vocês jornalistas e dos educadores em instigar o espírito de revolta nos leitores! ;)