quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O grande desenvolvimento brasileiro e global

Caros leitores, como vão? Espero que bem, pois segundo as pesquisas estamos conseguindo erradicar totalmente a pobreza. A Finlândia que se cuide pois o trono de menos corrupto já tem dono no futuro. Apenas não se sabe quando.

De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas realizada entre 1993 e 2006, a taxa da população brasileira que saiu da linha pobreza saiu de saiu de 35 e foi para 19% do total. Uma redução de 45% em 13 anos. Nada mal, não? No entanto, alguns números podem nos enganar um pouco.

Segundo outro estudo da FGV, 51,5% dos domicílios brasileiros não possuem acesso à serviço de coleta e tratamento de esgoto. Nos últimos 14 anos, o avanço nessa questão foi praticamente irrisório: 1,59% em 14 anos. Fazendo aquelas previsões que os economistas adoram, em 2063 o Brasil ainda teria 25% das residências sem esses serviços básicos de esgoto, coisa que só a África orgulha-se de não ter.

O governo Lula (que passou alguns dias nos países nórdicos (será que lá tem esgoto para todos? Suspeito que sim) fazendo algumas de suas viagens pelo biocombustivel) admitiu o problema e prometeu investir R$ 10 bilhões até o ano de 2010 neste setor tão degradado.

A promessa é boa, mas tratando-se da república das bananas, tudo parece ser mais complicado.

Vivemos na época contemporânea uma situação extremamente paradoxal: conseguimos enxergar pessoas que antes não conseguiam ter absolutamente nada na vida. Hoje, no entanto, desfilam com seus mp3 players pelas ruas. Agora, quando chegam em casa, são obrigados a jogar tudo o que produzem de ruim em algum rio ou coisa do gênero. Isso que é a globalização: “escute sua música favorita a hora que quiser, no entanto, ao produzir algo de ruim, despeje no meio ambiente, ele já está desacreditado mesmo”. Posso estar delirando por completo, mas, mesmo não vivendo naquela época eu digo: que saudades da Guerra Fria.

Uma superpotência dominando o mundo nunca foi e nunca será bom. Infelizmente fomos catequizados pelos irmãos lusos e colonizados pelos EUA. Nunca oferecemos resistência. Nossa grande guerra foi a Guerra do Paraguai (1864-1870). Jamais tivemos vontade de entrar em um conflito. Caso diferente dos EUA e Rússia (que hoje começa a se reerguer), por exemplo. Mas tudo ficará bem. Renan foi absolvido, Lula abre as comportas da Itaipu liberando dinheiro para sua base “aliado” no Congresso, e tudo voltará ao normal no Brasil, sem pobres sem esgoto e com mp3 players. Que belo futuro, não?

Um comentário:

Max Novais disse...

Uma reflexão fantástica! É notório a falta de coesão naquilo que chamamos de desenvolvimento. Apresentamos melhorias em alguns números, mas mesmo assim o problema da desigualdade social é uma grande vergonha. Que tipo de ordem e progresso o Brasil busca de fato? A ordem que não permite mudança? O progresso daqueles que já são ricos?