quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Bom senso x ortodoxia

Caros leitores, é com muito prazer que inicio minha jornada no blog enfoca falando de economia às quartas feiras.
Meus conhecimentos no assunto, que não são muitos, vem principalmente de muitas leituras de cadernos sobre e tema na tentativa, muitas vezes em vão, de entender o tão temido “economês”. Espero poder ajudá-los em alguma coisa.
No mês, até agora, os fatos mais importantes do mundo da economia foram a divulgação da ata do COPOM (Comitê de Política Monetária) e da reunião do FED (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) a qual definiu os juros americanos.



Começando pelo caso tupiniquim, notou-se a tamanha ortodoxia dos membros da reunião que são responsáveis pela política econômica brasileira. Com uma queda de 0,25%, os juros foram para 11,25% ao ano, longe ainda de ser uma taxa ideal. Também percebeu-se que desde setembro de 2005, a taxa caiu 8,5 pontos percentuais. No entanto, parece que a maré de boa vontade de Henrique Meirelles e companhia parece ter chegado ao fim. Na última ata da reunião do COPOM, ficou registrado que todos os membros do organismo concordaram na tímida redução e que no próximo encontro ( 16 e 17 de outubro) é provável que o ciclo de cortes tenha acabado. A razão para isso é o medo que a “grande” economia brasileira cresça e cause uma inflação nos moldes do governo Sarney (1985-1988). Alguns economistas acham que a precaução é válida e outros dizem que é um medo excessivo. Na opinião do colunista, o Brasil, pelo menos há uns 12 anos, não entra em um ciclo sustentável de crescimento econômico. Muita ortodoxia para nós, índios da América Latina.


Para a maior potência do planeta ( não meus amigos, não é Bolívia nem o Haiti) os EUA, o presidente do FED, Ben Bernanke, reduziu a taxa de juros de 5,25 para 4,75%. Foi a primeira redução desde junho de 2003 ( quando foi cortada em 1%) e a primeira da era Bernanke.
O mercado estava temeroso com esta reunião devido a crise que causou um “soluço” no mercado de ações, principalmente o de crédito suprime ( neste caso, empréstimos imobiliários para pessoas com históricos de mau pagadores).
Com o relativo sucesso da economia mundial nos últimos anos, houve um excesso de confiança na durabilidade desta onda favorável. Com o tempo, ficou claro que é preciso ter muito cuidado para não cairmos novamente em “bolhas” de especulação.

A decisão de Bernanke foi acertada, a meu ver, pois com isso, pode-se esperar um dinamismo maior tanto na economia do Tio Sam como na do mundo.

É interessante explicar para o leitor que os EUA são considerados o investimento mais seguro do mundo. Quando eles aumentam os juros, seus papéis ficam mais valorizados que os demais e isso acaba atraindo mais dinheiro para o mercado local. No caso inverso, o apetite dos investidores volta para o mercado mais turbulento ( Brasil, Turquia, etc) que não tem as estruturas sólidas americanas, porém, oferecem um retorno de lucro maior, o motor da economia moderna. Uma pena.

Vou ficando por aqui.
Abraços e até a próxima semana.

2 comentários:

Heloísa Pantoja disse...

Oi Luís, devo dizer que seu texto ficou muito bom!!!
Parabéns, gostei mesmo. Você conseguiu descomplicar um pouco o economês.

Um abraço.

Anônimo disse...

Parabéns Luiz, seu texto tá muito legal...Quando eu crescer quero entender um pouquinho de economia assim como você!!!